Em 30 de novembro último, depois de décadas de abandono, descaso e muitos alertas sobre sua situação crítica, a Ponte dos Barreiros foi interditada por ordem da Justiça, baseada em laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e sob risco de um colapso estrutural.

De lá para cá, o que se viu foi um show de horrores por parte de alguns gestores públicos, numa discussão inapropriada e descabida sobre quem seria o responsável pela ponte. Ninguém era dono, ninguém sabia qual a solução e ninguém tinha dinheiro para a reforma necessária.

Então, junto com outros três deputados – Professor Kenny, Tenente Coimbra e Wellington Moura –, conseguimos que fossem destinados R$ 4 milhões para a reforma emergencial da ponte. Em um gesto inconteste de bom senso, cada qual comprometeu boa parte de seu orçamento (R$ 1 milhão de cada pasta), numa demonstração de que a união sempre é o melhor caminho para conquistas.

Hoje, porém, fui surpreendido de forma negativa com a declaração do prefeito de São Vicente, publicada no Jornal A Tribuna, em matéria sobre o repasse de verba do Governo Federal para a reforma da Ponte dos Barreiros. Segundo o texto, com o valor oferecido pela União, o prefeito “dispensa” o valor das emendas destinadas por nós.

Para uma cidade que há décadas sofre com o abandono e falta de recursos, chega a ser intolerável e arrogante que um prefeito negue ajuda. É claro que a decisão foi “feita com o fígado”, porque o recurso oferecido por nós não tinha a chancela do partido do prefeito. É justo recusar uma ajuda de R$ 4 milhões? É correto colocar uma ideologia em detrimento à população de São Vicente?

Que Deus permita que a Ponte dos Barreiros seja liberada o quanto antes. Por ela, fiz incontáveis travessias, fosse para visitar amigos, a trabalho religioso, social ou político. Trata-se de um instrumento vital para a vida de muitas famílias. Caberá a todos a fiscalização e cobrança nos prazos. Não temos mais tempo a perder. Mas que fique registrada minha indignação com a infeliz colocação do prefeito. A inércia de décadas encontrou o oportunismo de uma fala.